agosto 21, 2005

MUDAR DE ISP

Ando recentemente a pensar em mudar de fornecedor de serviço à Internet, visto que o meu corrente cobra-me uma mensalidade de 15€ de assinatura telefónica (acho que sabem de quem estou a falar ;) )

Como não gosto de ser chulado sem razão aparente, estou pronto a mudar o mais depressa possível. Agora, vou é apanhar novamente com o chamado Período de Fidelização do novo fornecedor, prática que todos praticam e que acho, no mínimo, imoral.

Mas o que me deixou a pensar foi uma imagem publicitária que vi do meu futuro ISP... Será que, além de estarmos obrigado ao período de fidelização temos de usar o computador na posição ilustrada na imagem ? Hmmmm........

COLETES REFLECTORES


Ando lentamente a tirar a carta de condução e a recente obrigatoriedade (leia-se "se não o usares, pagas e bem") de usar colete reflector é algo com que terei viver no futuro.

Estive a pensar um pouco sobre esta atitude de tornar obrigatório o seu uso, punível com coimas (não são multas, são coimas ... o pessoal que inventou o código teve também de arranjar jargões, porque dá um nível mais elevado à coisa, para tentar lhes dar um mínimo de credibilidade e importância social, tal como a medicina e outras ciências tem jargões).

A explicação oficial é que é tudo para a segurança do condutor quando abandona o veículo por algum motivo. Mas o que estraga a boa intenção é a existência e o valor elevado das coimas.

Então se não fossem as coimas, o pessoal não usava os coletes ? Pois, problema deles.

Sinceramente acho de um oportunismo nojento e puramente materialista o aproveitar de situações de perigo para arrecadar uns bons cobres às pessoas.

É que a situação é de facto ridícula. Imaginem que vão na estrada e dão uma panada no carro à vossa frente... Qual é o vosso primeiro pensamento?

1 - "F......!!!! Que m....! Bati com a p.... do carro! E agora ? Bem... Vamos lá tratar da papelada com o outro tipo, até porque ele já está lá fora aos gritos"

2 - "F......!!!! Que m....! Bati com a p.... do carro! E agora ? Bem... Vamos lá tratar da papelada com o outro tipo, até porque ele já está lá fora aos gritos. Mas espera. Embora tenha o coração aos pulos e quase nem consiga raciocinar ao ponto de me lembrar do meu nome, deixa-me cá vestir o colete reflector para advertir os condutores da minha presença, porque ao sair do carro posso pôr em perigo a minha integridade física e por conseguinte, a psicológica também. Pois, porque sofrer um acidente marca a pessoa psicologicamente. Além disso, se não vestir o colete, pago uma valente coima ... Olha, vou advertir o tipo que saiu do carro que bati e gesticula à já 5 minutos para vestir também o colete dele, que entretanto continuou em exposição no banco da frente. Isto tudo, para o bem dele."


Se vocês optaram pela opção 2, não sei se os congratule ou se tenha pavor da vossa frieza (estou-me a lembrar do Annibal Lecter, brrrrrr)

Porque não deixar ao critério de cada um a opção de usar ou não o raio do colete ? Se a pessoa levar uma panada quando sair do carro, a opção foi dela.

E já que é obrigatório, para evitar que a pessoa se esqueça (como é natural) de o vestir numa situação de pânico, ao menos que obrigassem a usar o colete todo o tempo dentro do veículo. Acho que seria engraçado. Ao menos dava um colorido diferente ao trânsito ;)

É que é mesmo naif pensar que é para o bem dos condutores e não por uma questão de arrecadar uns valentes cobres...

Por essa ordem de ideias, pensem no seguinte :
Ninguém vos obriga a sair à rua usando uma armadura medieval, pois não? É que vendo bem, é bem possível levar com um vaso caído da janela de um vizinho do 3º andar ou, por que não, levar com um piano em cima ?

Ainda não pensei na cor do colete que espero comprar, se conseguir tirar a carta, claro. Isso não me preocupa minimamente. O que eu quero mesmo, é um colete que tenha extracto de aloé vera. Tudo o que tem aloé vera é bom, não é ?


(Alguns jargões e frases distintas usados no texto acima)
- coima (multa)
- abandonar o veículo (sair do carro)
- advertir os condutores da minha presença (mostrar-me aos outros)
- colete reflector (trapo para alguém meter uns cobres ao bolso)
- pôr em perigo a minha integridade física (manter-me inteiro)


Ah, e por favor, poupem-me o cliché "Vais tirar a carta? Olha, mais um perigo na estrada!". Digam algo mais original, por favor. Ou então digam essa mesma frase em islandês ou finlandês ou outra língua à escolha...

agosto 15, 2005

INCÊNDIOS EM PORTUGAL

Passo a palavra a José Gomes Ferreira (clickar aqui)

VIDRO

Era bom que as pessoas fossem feitas de vidro.
Seriam frágeis na mesma, mas ao menos seriam transparentes.

agosto 14, 2005

VIDA

Podia muito bem ter sido dita pelo Sr. La Palice, mas hoje surgiu-me a seguinte frase :

"A Vida parece ter vida própria". Esta não se controla.

agosto 10, 2005

NUNCA SE FALOU TANTO DE CIÊNCIA NOS ÚLTIMOS DIAS NA TV PORTUGUESA

De facto a comunicação social já não me surpreende.

Hoje aterrou com sucesso às 13:12 (hora de Portugal continental) o vaivém Discovery, depois de alguns dias de suspence, visto as condições atmosféricas não o terem permitido há dois dias atrás.

Mas nestes últimos dias, todos os noticiários dedicavam um tempinho de antena ao assunto, concerteza a pensarem "Será que aquilo desta vez também se vai desfazer ao entrar na atmosfera, como o último?"

Havia um nítida espectativa mórbida pelo assunto. Se não tivesse ocorrido o recente acidente com o vaivém Columbia no passado recente, de certeza que não haveria este zum-zum. E tudo foi agravado pelos momentos iniciais da descolagem deste vaivém, onde peças se soltaram. Estava criado o clima, pois ...

É triste que se fale de ciência apenas quando há um cheiro a sangue no ar.
Felizmente tudo correu bem. Por isso, o sucesso de hoje não foi muito destacado nos noticiários.

Caso tivesse ocorrido um acidente, aposto como a esta hora haveriam debates na TV com especialistas convidados (que caso contrário não teriam oportunidade de se darem a conhecer) ou pior que isso - o que sinceramente não me surpreenderia - um especial da Praça da Alegria no Canal 1 com um Jorge Gabriel agora um pouco mais sisudo como seria conveniente, mas não em demasia para não se perder a Audiência, claro!

Pronto, com esta do Gabriel exagerei um pouco mas acho que deu para passar a mensagem.

agosto 08, 2005

AFINAL QUEM SOMOS NÓS E QUAL O NOSSO PAPEL PARA COM "OS OUTROS" ?

Um certo dia, dirigia-me para a faculdade que frequentei e deparei-me com a seguinte questão : devia eu seguir pelo passeio de modo a chegar à entrada ou seria mais sensato atravessar o campo de relva, visto que este era o caminho mais curto ?




Isto fez-me lembrar as míticas aulas de Análise Infinitesimal 1 dada pelo peculiar Dr. Costa Pereira em que numa certa aula nos relembra a todos a demonstração do teorema de Pitágoras : "para um triângulo rectângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos". Mais concretamente, se cada lado do triângulo tivesse o valor 1, o valor da hipotenusa teria o valor da raíz quadrada de 2 (aproximandamente 1.414).

Ou seja,



Mais genericamente,


Bestial. Mas, sem querer tirar o mérito à genial descoberta do Sr. Pitágoras, reparei numa coisa que me dava mais jeito naquele momento: a + b é sempre maior do que h, para qualquer triângulo rectângulo!

Ou seja, vamos imaginar que o caminho que teria de percorrer caso fosse pelo passeio era a + b, enquanto que se optasse por atravessar a relva percorria h metros.
Tal como 1 + 1 > 1.414 , a + b > h ! Ou seja, atravessar o caminho da relva h é de facto percorrer o caminho mais curto!

Mas agora entra ao barulho uma questão social (não pisar a relva) e a questão principal que me leva a escrever este texto : terei eu ou não o direito de pisar a pobre relvinha, por ventura esmagando umas formigas e outros quantos bichinhos pelo caminho, os quais não pisaria se seguisse pelo passeio, apenas para poupar nas solas dos sapatos e cansar-me menos?

Se já não deixaram de ler este texto a partir do momento que coloquei matemática à mistura, devem ter percebido que os outros que o título se refere diz respeito à vida animal e vegetal. É isso mesmo. Os bichinhos e plantas, os muito por nós frequentemente esquecidos outros habitantes deste planeta vivo.

Aqui estão envolvidas duas características do ser humano : a inteligência (percorrer o caminho mais curto) e a consciência sobre o que o rodeia (pisar ou não a relva e os demais habitantes).

Se pensarmos bem, a atitude de pisar a relva é de facto a mais lógica, pois percorre-se o caminho mais curto. Pode ser também encarada como a mais egoísta e inconsciente.

Por outro lado, não a pisar pode ser vista como um obedecer às regras da sociedade e benevolência e respeito pela vida.

É sobre o último argumento que centro a seguinte questão : Quanto é legítimo um comportamente destes? Ou seja, quem somos nós para decidir sobre a vida dos restantes animais/vegetais? E será que é suposto ser desta maneira ?

Decidir sobre a vida dos animais (se bem que muitos aguentam o nosso peso na boa) é atribuir a nós um papel de divindade...

Vocês acham que os restantes animais hesitam em pisar a relva? Já viram o quanto alegre um cão está quando corre pelos jardins e no entanto sem se preocupar no que está a pisar ?

É que um papel de deus é lixado: se pouparmos a vida a 4 ou 5 bichinhos pensado que estamos a proceder bem, estamos na verdade a introduzir ligeiras alterações no equilíbrio do ecossistema cujos efeitos geralmente são imprevisíveis a longo prazo, resultando possivelmente na morte de outros bichinhos de outras espécies pelo facto de inicialmente termos poupado a vida aos outros...

Pergunto-me assim se a inteligência que dispomos e capacidade de raciocinar sobre o que nos rodeia foram uma evolução da Natureza ou um acidente de percurso.

Muitos vocês, sem dúvida, devem achar exagerados os números que quantificam a população da nossa espécie e os estragos que tem vindo a fazer ao equilíbrio ecológico do "nosso" planeta... Por termos ganho condições de vida cada vez melhores (nos países dito civilizados) devido aos avanços tecnológicos proporcionados pela nossa inteligência, multiplicámo-nos mais eficazmente e vivemos mais tempo. De tal maneira, que o equilíbrio do planeta encontra-se seriamente ameaçado ... Aqui a inteligência pura prevaleveu sobre a consciência.


Fazendo o ponto da situação:

- Conciência em excesso não garante à partida a atitude correcta (o caso que mencionei sobre o desequilíbrio do ecossistema)

- Conciência em falta, aliada à inteligência pura, pode levar a consequências nefastas

A solução passa possivelmente pela combinação correcta de conciência e inteligência, um jogo muito difícil de se fazer.

Afinal qual o papel da Humanidade neste planeta? Somos um acidente de percurso ou temos um papel a cumprir ?

Não consigo concluir mais nada sobre isto... Vá lá, dêem-me uma ajuda :)

(Possivelmente este foi o texto mais chato ou confuso que publiquei aqui... Não era essa a minha intenção. Se leu isto até ao fim, está de parabéns ;) )





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