Ouvi recentemente num
podcast que a geração de "agora" encara o
e-mail como uma coisa do passado distante e dá preferência às chamadas redes sociais. "O mai" novos de agora, usam apenas o email para comunicar com os
avós,
por exemplo.
Portanto estão a ver : se forem como eu, que prefiro o
e-mail ao
messaging ou aí-faíves, saibam que foram subitamente
promovidos a idosos sem vos terem perguntado nada ou terem pago algo por isso.
Tal evolução levanta algumas questões, como por exemplo, sobre o desaparecimento do suporte físico da informação.
Se com o aparecimento do
e-mail as cartas eram já coisas do tempo dos nossos pais e avós, com a migração para as mensagens deixadas das redes sociais e enviadas por SMS constacta-se que cada vez mais que vestígios físicos da troca de informação tendem a ser coisas também do passado. Obviamente as cartas são realmente suportes físicos - podem ser guardadas, cuidadosamente armazenadas ou deixadas a apodrecer pela bicharada que se alimenta de papel. O
e-mail permite manter uma cópia local no nosso computador - podemos optar por "deixar andar" no disco rígido até um dia haver um
crash e ir tudo para o galheiro, ou fazer um
backup para um CD/DVD/HD-DVD/BlueRay/QQoutraCoisaQInventemEntretanto e neste caso, a opção de manter um suporte físico, permanente, mantém-se.
Deixando mensagens nos aí-fives e companhia,
tudo fica algures armazenado no servidor do sistema deles e
nada fica cá em casa. Ou seja, tal como o que tem vindo a acontecer com a distribuição de música, vídeos, livros e jogos de computador apenas disponível
on-line, tudo torna-se mais efémero e sujeito a um
apagão.
(Tal como isto dos
blogs... Caso um gajo não vá fazendo manualmente um
backup das coisas que disponibiliza (coisa que não tenho feito, claro) "um dia a casa vai abaixo" e bye bye. Por acaso não era má ideia os tipos do
blogger disponibilizarem um serviço de
backups em suporte físico ...)
Portanto, as "novas tecnologias" são muito bonitas sim senhor, mas tal como quando apareceram na década de 90 (século passado) desencadeando a frenética ilusão de que a globalização tornaria o mundo instantaneamente num paraíso evoluído, sem fome ou guerra, assim, magicamente num estalar de dedos, sem mexermos a ponta de um corno, estas
por si só não trazem acréscimo nenhum. É preciso saber usar e a tecnologia.
Saber optar e o que esperar dela.