dezembro 28, 2006

QUANTO VALE ... QUALQUER COISA ?

Vale a pena a dedicação ao trabalho? Parece que sim, quando vejo a obra de excelentes profissionais - especialmente artistas - e o modo notável de trabalharem.

Mas as horas a fio empenhadas compensam tudo aquilo que fica para trás? O resto da vida que não é vivida durante esses períodos?

O que vale realmente a pena?

O que é melhor? Deixar obras magníficas mas algumas lacunas interiores? Ser uma excelente pessoa mas ter sido um zero à esquerda profissionalmente?

Qual é a compensação? Ela existe mesmo?

Vale a pena apostar em ser uma excelente pessoa, quando todos, mais cedo ou mais tarde, nos vão desiludir? Vale a pena apostar nas pessoas, sabendo que somos todos no fundo um bando de egoístas?

Vale antes a pena deixar obra feita? Começo a pensar seriamente nesta última. Porque a obra não tem personalidade, logo não pode trair.

dezembro 27, 2006

A CERCA DE 1500 SMS POR SEGUNDO ...

Quem me conhece, sabe que eu avisei ...

No período natalício que acabou de passar, segundo esta fonte de informação (aqui) , cerca de 1500 SMS por segundo circularam pelas redes dos operadores nacionais entre as 18H30 e 21h00 da véspera de Natal.

Ainda pela mesma fonte, sabe-se que entre os dias 22 e 25 deste mês, foram trocadas mais de 246 milhões de SMS entre clientes da TMN e Optimus, tendo sido um recorde nacional.

Gostaria de acreditar que os empregados destas companhias receberam todos uma fatia dos lucros obtidos, mas ... a minha capacidade de acreditar têm os seus limites.

Notícias aqui : http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=17254
e aqui : http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=627147&div_id=291

dezembro 25, 2006

A IMPORTÂNCIA DO NATAL

Já tanto se tem escrito sobre o Natal e ainda mais possivelmente se escreverá no futuro, mas deixo-vos aqui a minha visão pessoal e actual sobre aquilo que se designa por Natal.

Devo deixar claro a quem lê estas linhas que não sou adepto/associado/crente de nenhuma religião, por isso não vejo o Natal como a celebração do nascimento de Jesus (acredito que os verdadeiros crentes vejam o Natal como muito mais do que isto, claro). A minha visão do Natal não é, portanto, fundamentada em qualquer religião.

Este ano, ao contrário do anterior, gostei do Natal e das decorações das ruas de Lisboa. Talvez isto sejam fases e prova de que o Natal não é apenas algo detestável por estar completamente comercializado mas directamente ligado a qualquer coisa cá dentro de nós.

Puz-me na pele de quem organiza e monta as iluminações, por exemplo. Não consegui imaginar ninguém envolvido que não tivesse um mínimo de prazer no que estava a fazer, nem que fosse por alguns momentos, quebrando o possível azedume durante o período de trabalho. Nem que tenha sido após trabalho feito, ao contemplar o resultado final, recordando tempos de míudo.

As maiores críticas que se fazem ao Natal é o fanatismo do consumismo que se verifica todos os anos e parece ser sempre maior a cada ano que passa. Sobre isto, tenho duas coisas a dizer:

Não é preciso ter espírito de comerciante para compreender um... Devo dizer que eu não gosto de gestão de dinheiro e não me identifico com gestores ou comerciantes. Mas vejo que um comerciante precisa de ganhar dinheiro, para viver e para se sentir realizado profissionalmente. É perfeitamente normal que tente ganhar dinheiro quando surgem oportunidades (ninguém critica os comerciantes quando a eles se recorre para comprar presentes de aniversário, pois não? Possivelmente não estariam à espera que um vendedor vos perguntasse “É para oferecer a alguém que faz anos? É que se for, não é correcto eu vender...”).

O segundo ponto é que muitos de vós já esqueceu o que décadas atrás nas vossas vidas vos fazia delirar com o Natal : Prendas! Sim, quem é que não sonhava com semanas (ou meses) de antecedência com o mágico dia em que iria esfarrapar os embrulhos e histericamente encontrar dentro de uma embalagem o objecto material que se desejava mais do que a vida? Quem, cujos pais tinham condições económicas para tais ofertas, bem entendido. Portanto, vejo aqui um misto de esquecimento/hipocrisia/azedume.

O Natal material, comercial, já não é tanto para nós pois entretanto crescemos, mas ainda mexe connosco, para mal ou para bem. Resta-nos portanto o lado afectivo, espiritual (para quem se identifique deste modo) e de pensar um pouco sobre a nossa vida e como nos relacionamos com os outros. Talvez por isto mesmo é que muitos de nós vemos o Natal como algo negativo e depressivo, pois neste campo as coisas correm mal a muita gente.

Devo confessar que este Natal ofereci prendas (ou presentes... parece que os do jet7 não gostam de um destes termos, não quero ofender ninguém). Fi-lo porque gosto de oferecer, porque gosto e preciso de partilhar. Tal como o costumo fazer durante o resto do ano. Coisas muito acessíveis economicamente, mas que têm (espero) um valor grande para quem as recebe. Lá por ser Natal e se estar num período de consumismo, não foi razão para que o deixasse de fazer nesta altura! Nem outra qualquer razão poderia haver. Só lamento a “obrigação” de nos invade nesta altura em “ter” de corresponder à oferta de um presente, “tendo” de oferecer outro presente de volta... Quando a isso, acreditem que não levo a mal quem este ano se viu surpreendido com o meu acto e se sentiu obrigado em corresponder e não teve oportunidade. Aliás, nem eu deveria levar a mal.

Talvez o mais importante no Natal seja mesmo a sua unicidade, o facto de só existir uma vez por ano, ao contrário de que quem defende a utopia de dever ser todos os anos. É simultaneamente algo positivo e negativo.

Positivo, pois quer se queira quer não, há momentos em que se pondera sobre o que vai cá dentro e como interage com o que vai lá fora. E isso é de uma importância extrema. Tomando em conta que no corre-corre das nossas vidas presentes, mal tempo temos para pensar sobre nós e muito menos sobre os outros, mais vale ao menos apenas uma vez por ano, (em caso limite!), ponderar sobre estes assuntos do que eternamente atirarmo-los para trás das costas. Porque acredito que é impossível pensarmos nestes assuntos seriamente todos os dias e mesmo às vezes difícil apenas uma vez por semana ...

Nem que o Natal exista só para nos trazer à memória o mal-estar a ele associado. Ao menos uma vez por ano. Caso contrário, correríamos o risco de esconder tudo aquilo que nos corre mal numa gaveta para sempre.

dezembro 05, 2006

É A VOSSA SAFA

Se por um infeliz acaso aterraram neste blog, não comecem já a chorar pois não foi perca de tempo. Se tal não lhes acontecesse, porventura não tomariam conhecimento de um blog muito divertido e bem escrito (ao contrário deste) que descobri recentemente.

Recomendo-vos : Pior Que Os Putos (http://piorqueosputos.blogspot.com)

(Rob, tinhas razão, isto é mesmo do melhor :) )



(E o termo de hoje para elevar o nível cultural do blog é
"Porventura" - http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=4260 )

dezembro 04, 2006

Ó SÔ DÔTOR !



Tenho reparado que algumas pessoas se têm insurgido contra a mais recente campanha publicitária da TV Cabo. Aquela, onde os filhos e a empregada bazam pois o papá-patrão ainda não se deu ao luxo de pôr televisão por cabo na sua ilustre maison.

Sinceramente, não estou a ver qual é a razão de tanta indignação. A sério. O tipo até deveria dar pulos de contente ao ler os recados que as alminhas em questão deixaram! Isso sim, é que está errado no anúncio.

Vejamos as coisas deste ponto de vista :

- Se os rebentos bazaram, certamente foi porque tinham meios para bazar. Ou seja, se sairam de casa, é porque de certeza não foram para a rua (que eu saiba, ainda não se pode ver a TV Cabo debaixo da ponte, ou ao pé das saídas de esgotos - embora fosse talvez um cenário adequado, tomando em conta a qualidade do serviço prestado). Ou seja, já estava mais do que na hora dos meninos terem levantado o rabinho dos sofás e porem-se a andar. Ou seja, já tinham emprego e quem sabe, casa própria.

- Se a lambisgoia da empregada que também bazou se queixa de a casa não ter TV Cabo é porque é certamente uma incompetente do camandro que passaria o tempo a ver TV em vez de trabalhar. Portanto, só fez um favor ao gajo em ter-se ido embora.

Portanto, não pôr TV Cabo pode trazer a felicidade a muitos chefes e chefas de família, pois funcionará como um eficaz filtro de porcaria humana. Após a limpeza, aí já podem pôr o que quiserem, mas depois não se queixem do serviço (ou que os rebentos e a empregada voltem a correr).




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