FÁCIL ?

Hoje fui dar um passeio pelo Chiado, para desanuviar. Aproveitar para tirar umas fotografias, coisa que já não fazia há mesmo muito tempo. Foi no regresso quando me dirigia à estação de Metro que sou abordado por um apoiante do "Não" armado de folhetos, os quais recusei e voltei a recusar, pois o senhor era insistente.

Recusaria também qualquer folheto do "Sim". Estes movimentos pelo "Não" ou pelo "Sim" lembram-me as campanhas políticas ou tentativas de converter mais um para a sua religião. Ás tantas parece uma competição em "conquistar mais um para o nosso lado". Mas o que me irrita mais é parecerem partir do princípio que ninguém é capaz de formar opinião própria e todos precisam que outros pensem por nós. Apreciaria muito mais campanhas que apelassem ao voto mas não a um voto específico.

Adiante. Aquele senhor que me abordou com os seus folhetos, ainda mandou um boca para o ar na minhas costas quando disse "Vá lá, não siga o caminho mais fácil".

Certamente deve achar que fazer um aborto é fácil. Sinceramente, acho que não é necessário ter de ser mulher para perceber que ninguém faz um aborto de ânimo leve. Não é uma coisa desejada por ninguém. Ninguém a faz por gosto.

Não é do tipo "É pá, hoje estou indecisa entre ir ao cinema ou fazer um aborto. Hmmm, já fui ao cinema 2 vezes esta semana, acho que vou ali a uma senhora que conheço fazer um aborto e ainda volto a tempo para o jantar."

Nada neste vida é fácil. Cada caso é um caso e há que ter a liberdade de decidir, especialmente quando as decisões são do mais difíceis que há. Por isso, o peso da lei pode ser um fardo muito pesado. Pode ser peso a mais e tornar algo ainda complicado.

Esta é a minha opinião pessoal. Obviamente vocês têm a vossa.
O meu único apelo é : "Não se abstenham".