julho 20, 2005

VIVA PORTUGAL 2005



Faz agora neste mês de Julho um ano que ocorreu no nosso País a efeméride chamada Euro2004.

Devo confessar que não sou um grande apreciador de futebol pelos motivos que toda gente sabe - ou devia saber (1% de desporto + 99% de negócios e poder) e valorizo muito mais o ténis, onde também acredito existir um jogo de interesses semelhante, embora à menor escala, mas onde o mérito é todo do jogador - O(a) tenista está por sua conta. A vitória ou fracasso só depende dele(a) e não existem cá jogadores "na mama" a correr de um lado para o outro a fingir que jogam, como no futebol.

Por este motivo nunca pensei escrever sobre futebol. E de facto não o vou fazer. Prefiro falar agora sobre os efeitos do futebol nas pessoas ;)

Viu-se portanto com o Euro2004 um efeito notável e invulgar nos últimos anos. De repente, um povo que regra geral sempre se sentia inferior a tudo o que era estrangeiro, dizendo frases como "o que é estrangeiro é que é bom" e "em inglês fica sempre melhor", passar para um estado de enorme auto-confiança, euforia e patriotismo, assim como quase de repente!

(Para os entendidos de Matemática ou Física, isto lembra um bocado um "delta de Dirac")

Eu sinceramente gostaria que a equipa portuguesa (não confundir com Portugal, um país) tivesse ganho o Europeu. Aí, depois de uma eufórica alegria para compensar estes últimos anos de depressão, os portugueses perguntar-se-iam : "Afinal, ganhamos o quê? Um campeonato de futebol? Só isso?"

Gostaria que o pessoal mais tarde, passando a euforia, tomasse conciência da realidade de ter ganho apenas algo tão fútil como um campeonato de futebol em vez de ter conseguido um verdadeiro contributo para o País, para a Humanidade ou para o Planeta. Teria sido bom as pessoas se confrontarem com o feito efémero e completamente insignificante para o Universo que a equipa portuguesa teria alcançado.

O lado positivo? As pessoas teriam passado bons momentos e isso é a Felicidade.

Eu só posso entender esse patriotismo e auto-confiança em perfeito cego exagero, que de repente parecem ter surgido do nada, por precisamente terem surgido do nada. Da sua ausência.

São extremos : a ausência de algo e a sua abundância, como diria o outro.

Mas aqui há uma nuance : Eu penso que a ausência (da auto-estima) sempre se manteve... Apenas houve um vazio e depois, repentinamente, uma abundância de vazio mas em tal quantidade que pareceu ser realmente algo! Pareceu que a "nossa" auto-estima tivesse naquele momento nascido e crescido!

As coisas não evoluiem assim, do tipo : "É só adicionar água e mexer".

Mas a minha ideia não era escrever sobre futebol... E isso vão perceber no meu próximo "post" (a propósito, qual é o equivalente a "post" em português?).




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